Na maioria das vezes o estrago que fazem os acidentes de trânsito não se restringe somente às vítimas: os familiares e os próximos sofrem também as consequências. A dimensão da tragédia é, portanto, muito maior que o sofrimento das vítimas diretamente envolvidas.
Há, porém, outra dimensão pouco estudada. Trata-se do custo econômico dos acidentes de trânsito. Quando ocorre um acidente, há todo um transtorno na vida social. O trânsito para ou fica prejudicado, ocasionando atraso às pessoas que vão ao trabalho, maior consumo de combustível, mais poluição. Um ferido no trânsito demanda resgate (ambulância de bombeiros, com motorista e socorristas). No hospital ele poderá ficar em unidades de terapia intensiva que custam muito, o tratamento do politraumatizado é muito caro. Os custos de emergência e custos médicos são elevados. Enquanto isso, os familiares faltam ao trabalho, modificam sua rotina. Depois da fase aguda, vem o período de recuperação, ou reabilitação. Muitos demandam esses serviços para o resto de suas vidas (paraplégicos, tetraplégicos). Nessas circunstâncias, para os amigos e familiares o trabalho ou os afazeres cotidianos serão secundários. Há prejuízos com a perda de produção. Há custos legais. A Previdência Social arca com os dias parados. Se houve morte, o Estado tem que amparar a família, pagando pensão.
A tabela de abaixo mostra que os custos econômicos não são negligenciáveis. Os cálculos mostram que o problema é seríssimo: atualmente o custo anual dos acidentes de trânsito no Brasil rondam 60 bilhões de reais.
Outros cálculos do IST apontam que, na pior das hipóteses, a cada real investido na prevenção, evita-se o gasto cinco reais com acidentes de trânsito.

CUSTO ANUAL DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO NO BRASIL | |
(EM BILHÕES DE REAIS) (Estimativas em 13/12/2022) | |
PERDAS MATERIAIS | 16,50 |
DESPESAS COM SEGURO | 2,75 |
PERDA DE PRODUÇÃO | 22,00 |
CUSTOS LEGAIS | 0,55 |
CUSTOS MÉDICOS | 13,75 |
CUSTOS DE EMERGÊNCIA | 1,10 |
PREVIDÊNCIA | 1,65 |
OUTROS CUSTOS | 0,55 |
TOTAL | 58,85 |